quarta-feira, 18 de julho de 2012

Certeza Absolut.












Tem coisa melhor do que sair sem ter hora pra voltar, dar altas gargalhadas, fazer happy hour de terça-feira sem preocupação e curtir todas com as amigas solteiras? Se tiver, me conte. Quero saber.
Dizem que a vida é curta, que devemos aproveitar cada segundo, viver cada dia como se fosse o último. Então vamos obedecer, vamos viver, vamos nos divertir e como já dizia Lulu Santos: vamos nos permitir.
Podem dizer que tudo isso é discurso de uma encalhada frustrada. É, confesso que já fui.
Já fui e levava o pacote completo comigo, dentro de mim. Chorava, sofria e não entendia. Às vezes minha fossa sem-motivo tinha até trilha musical: Paula Fernandes, Marisa Monte, Michael Bubblê e meu “jingle” era o ápice da solidão: O Sonhador de Leandro e Leonardo. Fossa máster!
Pois é, ainda estou aprendendo a deixar meu coração 100% libertado. O bichinho é teimoso às vezes, mas aos poucos estou convencendo. Afinal, o cérebro não é o manda-chuva do nosso corpo? Não é ele que comanda tudo? É o rei da selva humana. Então, estou fazendo negócio com ele que vai ser sucesso. E pode ser que o resultado venha com um brinde muito especial.
Mas enquanto isso, a gente vai levando a vida, porque no final de tudo o que conta mesmo é a vida que se leva. Tudo a gente aprende e concerta com o bem.
E uma diquinha: quando estiver se sentindo sozinha. Relaxa! Caia na micareta, se joga na balada e fique, esteja e seja linda. A beleza vem de dentro, mesmo que dentro somos todos seres humanos iguais, vermelhos, gosmentos e vivos. 

Na busca da maresia.







Estava eu revirando o acervo de músicas que carrego no meu baú, carinhosamente chamado de computador e comecei a ouvir algumas músicas do Gabriel, o Pensador, que por sinal anda sumido. Se alguém encontrar com ele por aí, mandem um beijo meu e minha total admiração porque o cara é foda e escreve muito.Como ia dizendo, comecei a ouvir as músicas que há anos não ouvia. E percebi que novinha do jeito que eu era, cantava as letras sem entender muito bem o que queria dizer. Até que a minha ficha começou a cair com “Cachimbo da paz”.Pra começar, quando ouvia a música há uns 13, 14 anos atrás achava que quem fumava cachimbo era avô, pajé ou o Popeye e não índio. A música foi rolando e eu comecei a perceber que aquele negócio de sentir a maresia ia além de tribo, cacique e dança da chuva.E então quando chegou a parte que ele cita acidentes com bebidas e termina dizendo “com tantas drogas porque só o seu cachimbo é proibido?”. Bingo! Entendi o que ele estava falando.E o refrão? Intermináveis maresias, puxões e passadas. Falava tudo sem dizer nada.Só os bons entendedores de plantão captavam aquela mensagem. Ou não, só adultos, vividos, entendidos e não as não crianças inocentes e serelepes como eu. Aham!Parabéns, Pensador. Passou o recado a quem deveria recebê-lo.Não estou dizendo que concordo com o que ele fala, mas sim do jeito que fala. A capacidade de transformar esse assunto em poesia, em música e de uma forma totalmente metafórica é demais.  E ainda com toda sutileza, disfarce e ao mesmo tempo consistente e sólido é incrível. Tiro o chapéu e seguro a chapinha pra ele!Cadê tu?  Volta com um caderninho de anotações, com o seu ritmo e bom-humor. Vem fazer daqui a melhor maresia!Mas Gabriel o Pensador a parte, é excitante quando alguma música é solta e diz coisas subtendidas. A metáfora é na verdade, um dom. Camuflar situações, ações, casos e acasos e transformar em poesia é lindo.O mistério é lindo. Ao mesmo tempo em que é escuro, suas mensagens são como vagalumes ou lamparinas que nos ajuda a enxergar a real. É abrir os olhos e escutar com o coração.É na verdade, a verdade que muitos querem saber, mas poucos têm a capacidade e a sensibilidade de compreender.Parece que ao desvendar finalmente a real não só de “Cachimbo da Paz”, mas também “3ª do plural” e tantas outras de Engenheiros do Hawai e mais uma coleção de Legião Urbana, nos libertamos. A cabeça abre e ficamos com aquilo martelando durante um tempo, não apenas pela melodia, mas principalmente pela mensagem.E música em minha opinião é isso. É a mensagem, é o amor, a revolta, é a busca de um socorro, o alívio, é o sentimento.Por isso que quando estamos felizes, dançamos e cantamos. Por isso que quando estamos tristes, às vezes é preciso ouvir uma fossa para embalar o sofrimento, por mais doloroso que seja. Mas é no embalo que a gente se liberta, vive e curte.